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Esports e as Entidades "One Man Show"

Esports e as Entidades "One Man Show"
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Depois de 21 anos (eu Daniel Cossi), dentro do esporte eletrônico, que agora tem divisões e braços novos como esportes digitais (virtuais, simulados e metaverso), sei com toda a certeza baseada em experiencias e fatos que estamos ainda muito longe de nos tornarmos de foto e de direito uma classe desportiva com base sólida e confiável, pelo menos no esports institucional (sistema federativo).

O termo One‑Man Show (ou One‑man band) descreve uma organização onde uma única pessoa centraliza decisões e operações. Esse modelo tende a ser burocrático, resiste a mudanças e valoriza conquistas individuais em detrimento da cooperação. Uma cultura “one‑man show” traz riscos: falta de continuidade, perda de conhecimento se o líder se afasta e incapacidade de estruturar calendários e rankings nacionais. No esporte eletrônico, várias associações nacionais surgiram com boa vontade, mas sem estrutura; estudo sobre federações europeias de esports mostra que muitas começaram como iniciativas de poucos entusiastas e continuaram como operações individuais ou de grupos muito pequenos. As consequências incluem seletivas improvisadas em vez de rankings contínuos, falta de legitimidade e frustração de atletas e patrocinadores.

Exemplos positivos de federações estruturadas

País

Evidências de legitimidade

Brasil – CBDEL

A Confederação Brasileira de eSports (CBDEL) possui certificações 18 e 18‑A do Ministério do Esporte, renovadas desde 2017. Essas certificações permitem captar recursos públicos e isenções fiscais. A CBDEL organiza competições internacionais no país e mantém calendário próprio.

Rússia – RESF

A Federação Russa de Esports completou 25 anos com apoio governamental. A Rússia reconheceu esports como esporte oficial em 2001, a RESF realizou mais de 10 000 torneios em 89 províncias e pagou mais de 300 milhões de rublos em premiações.

Coreia do Sul – KeSPA

Korea esports Association (KeSPA) confirmou em 2015 que o Comitê Olímpico da Coreia (KOC) classificou esports como esporte de “segunda categoria”, primeiro passo para inclusão olímpica. O secretário‑geral da KeSPA destacou que o objetivo é obter status de esporte de primeira categoria. Além disso, o perfil da KeSPA no site da AESF explica que é membro do Comitê Olímpico da Coreia e administra dezenas de títulos de esports.

Colômbia – FEDECOLDE

Embora o site da FEDECOLDE seja dinâmico, a federação é reconhecida pela IESF e pelo governo colombiano. O processo legislativo em curso no Congresso colombiano (Projeto de Lei 007 de 2023) busca reconhecer oficialmente os esports como modalidade esportiva e menciona a FEDECOLDE como representante do setor (informação acessível via documentos oficiais).

México – FENAVIDE

A página oficial da Federación Nacional de Videojuegos y Deportes Electrónicos (FENAVIDE) informa que a associação é reconhecida pela CONADE (Comisión Nacional de Cultura Física y Deporte) como a única entidade autorizada a promover, normatizar e regular os esports no México e a única com faculdade legal para organizar seletivas nacionais para competições internacionais.

Marrocos – FRMJE

A Federação Real Marroquina de Jogos Eletrônicos explica em seu site que tem como missão desenvolver e promover o esport no Marrocos e incorporar valores de engajamento, solidariedade e cultura. É reconhecida oficialmente pelo seu governo.

Vietnã – VIRESA

Vietnam Recreational and Electronic Sports Association (VIRESA) é descrita como criada pelo Ministério do Interior em 13 de janeiro de 2009, reconhecida pelo Ministério do Esporte e membro oficial do Comitê Olímpico Nacional do Vietnã. A mesma fonte afirma que a VIRESA é o único ponto focal para selecionar as seleções nacionais e qualificatórias para eventos olímpicos de esports.

Indonésia – PBESI (Esports Federation of Indonesia)

Pengurus Besar Esports Indonesia (PBESI) foi criado para desenvolver e promover um ecossistema de esports estável e que o PBESI foi designado como a única entidade governante para todas as atividades de esports na Indonésia.

Tailândia – TESF

Jogos Asiáticos de Esports 2024 foram organizados pela Thailand Esports Federation (TESF) com apoio do Ministério do Turismo e Esportes, da Sports Authority of Thailand (SAT) e do National Sports Development Fund, mostrando reconhecimento e suporte governamental.

Exemplos negativos (“One‑Man Show”)

Várias entidades chamadas de “federações nacionais” são, na prática, operações unipessoais ou pequenos grupos sem reconhecimento oficial ou calendário. Situações assim ocorrem quando, poderia citar dezenas delas aqui mas nos atentemos aos fatos técnicos:

  • A entidade surge apenas quando um campeonato internacional exige uma “federação nacional” para enviar representantes, organizando seletivas rápidas em vez de um ranking nacional contínuo (como ocorre no futebol).
  • Não há reconhecimento do ministério do esporte ou do comitê olímpico do país; o grupo se autoproclama “federação”. Mas sempre de preferência esse reconhecimento DEVE vir através do seu órgão nacional de administração do desporto, que cuida e tem o dever de atender aos cidadãos através de políticas públicas aplicadas através de diversos setores, dentre eles o esporte. O reconhecimento através de entidade de administração olímpica é senão apenas para um evento privado cuja entidade privada promove ações privadas para esse fim, sem ter o DEVER Legal e Constitucional de aplicar o esporte para formação do cidadão, e lhe prover carreira, sustento e educação, com e através do esporte.
  • Há falta de transparência sobre dirigentes, finanças e critérios de seleção.

 

Algumas das causas que suportam esse lado negativo do reconhecimento e apoio a entidades “one man show”

  • É comum que a governança de federações de esports seja aceita por órgãos governamentais que desconhecem parâmetros para avaliar adequadamente as entidades nacionais que se apresentam. Muitas vezes, essas entidades usam certificados e reconhecimentos de organizações internacionais que, por sua vez, têm comissões de afiliação supostamente encarregadas de verificar documentos e compliance. Contudo, falta a essas comissões conhecimento técnico, domínio de leis internacionais e, sobretudo, compreensão das leis e padrões de legitimação dos países de origem das federações interessadas. Além disso, os membros dessas comissões frequentemente representam outras federações nacionais afiliadas à mesma entidade, o que cria conflitos de interesse e desconforto para julgar colegas que, como eles, já foram avaliados. Quando tais comissões falham na sua função, acabam legitimando entidades que não têm condições de promover o avanço do esport em seus países.
  • Há falta de apoio e engajamento da própria comunidade de esports, o que causa divisões e confusão sobre o que a federação nacional deveria de fato realizar e o que os praticantes entendem como legítimo.

  • Infelizmente há somente o interesse pelo “turismo do esports”, onde os supostos dirigentes das entidades “one man show” se valem dos convites estendidos a eles para que representem seu pais em eventos, campeonatos diversos e até mesmo em Fóruns e Debates onde certamente proferem como palestra ou conteúdo de debate o óbvio que qualquer pessoa conseguiria expor, sem nenhuma legitimidade e conteúdo de pratica, experiencia e conhecimento administrativo, operacional e acima de tudo sem conhecimento de políticas públicas e inclusão social o para com o esports, como ferramenta de formação do cidadão e como ferramenta de mercado desportivo.

 

Impactos negativos dos “One‑Man Show”

  • Falta de credibilidade: quando a “federação” é um título sem estrutura, patrocinadores e autoridades desportivas deixam de apoiar a modalidade. Isso compromete a legitimidade dos esports como esporte formal.
  • Prejuízo aos atletas: seletivas improvisadas sem ranking anual dificultam o planejamento de carreira. Jovens jogadores e famílias podem ser enganados por promessas vazias.
  • Barreira para educadores e economia: sem transparência e governança, programas educacionais e investimentos são arriscados. Empresas e escolas ficam reticentes em apoiar uma estrutura instável.
  • Imagem internacional: até mesmo, no passado, federações internacionais já foram criticadas por serem dominadas por um único país, o que levou dirigentes a admitir que precisavam evitar ser percebidos como uma “one‑man band”.
  • Legitimidade e reconhecimento – Organizações comandadas por uma só pessoa raramente mantêm um calendário de competições e ranking nacional contínuo (como acontece no futebol). Em vez disso, convocam seletivas rápidas apenas quando surge um evento internacional, o que compromete a construção de um ranking anual sólido e prejudica a credibilidade das federações.

  • Educação e sonhos dos jovens – A promessa de uma “federação nacional” ilude jovens e famílias, que acreditam haver uma estrutura semelhante à dos esportes tradicionais. Quando descobrem que a federação é um título sem sustentação, o sentimento é de frustração; talentos podem desistir precocemente ou buscar oportunidades apenas no circuito privado.

  • Economia e apoio governamental – Sem gestão profissional, essas federações não conseguem captar recursos, patrocínios ou apoio público. O estudo do International Journal of Esports mostra que, por serem iniciativas de voluntários sem respaldo empresarial, muitas associações europeias, africanas, panamericanas e até mesmo asiáticas, permanecem restritas ao amadorismo. O mesmo ocorre em outros países, onde federações “fantasmas” aparecem apenas para captar apoio pontual.

  • Credibilidade das federações sérias – O excesso de entidades “de fachada” prejudica a reputação das federações que atuam de forma transparente. Para as federações sérias, isso significa redobrar esforços para provar que têm governança, prestação de contas e compromisso com atletas.

Conclusão

Para que os esports sejam reconhecidos legitimamente como um esporte — de maneira prática, mercadológica e como política pública aplicável — é essencial que as federações nacionais obtenham reconhecimento institucional, operem com governança transparente, mantenham um calendário competitivo contínuo e garantam representatividade coletiva. Estruturas governamentais, administrativas e operacionais devem ser formalmente implementadas em cada entidade nacional. Além disso, é fundamental a criação e apresentação de políticas públicas para adoção por governos locais e nacionais, com base em marcos legais e mecanismos de incentivo — tanto endêmicos quanto não endêmicos ao universo dos esports. Esse processo deve vir acompanhado de reconhecimento internacional devidamente verificado, parcerias com instituições internacionais, órgãos governamentais e entidades privadas, bem como a criação de programas educacionais e sociais inclusivos em níveis escolar, universitário, de base e de alto rendimento. Um sistema de ranqueamento nacional anual e contínuo, com ascenso e descenso por séries, para atletas e equipes, é igualmente necessário.

Exemplos positivos ao redor do mundo demonstram com clareza que, quando uma entidade possui apoio governamental e da comunidade, organiza competições regulares e atua com transparência e responsabilidade, os esports prosperam e conquistam respeito duradouro.

Por outro lado, as associações do tipo “One Man Show” comprometem gravemente a integridade do ecossistema. Para além dos prejuízos estruturais e institucionais, essas entidades frequentemente causam consequências psicológicas e emocionais severas em jovens — especialmente adolescentes e jovens adultos — que se engajam acreditando estar trilhando um caminho legítimo de crescimento pessoal e profissional.

A ausência de ética, transparência e responsabilidade moral por parte dos dirigentes dessas entidades resulta, muitas vezes, em humilhações, negligência emocional e manipulação dos aspirantes. Muitos enfrentam frustração recorrente, esgotamento, perda de motivação e, em alguns casos, crises de identidade, ao perceberem que não são reconhecidos ou valorizados, mesmo após dedicação e esforço. Esses ambientes tendem a gerar competição tóxica, favorecimento e exclusão, deixando marcas profundas na autoestima e na saúde mental dos envolvidos.

Além disso, o suposto poder almejado por tais dirigentes é ilusório, insustentável e geralmente movido por interesse financeiro pessoal, vaidade e desejo de controle, e não pelo desenvolvimento genuíno do esporte ou de sua comunidade. Esse abuso de influência corrompe valores, afasta investimentos e isola gerações inteiras de talentos que poderiam florescer em um ambiente mais ético, transparente e inclusivo.

Diante disso, torna-se imperativo afirmar, de forma categórica, que as entidades internacionais — tanto continentais quanto globais — possuem a responsabilidade ética e institucional intransferível de reconhecer apenas aquelas organizações que são de fato legítimas, estruturadas e comprometidas com os princípios do desenvolvimento esportivo. Essas entidades superiores devem rever profundamente seus critérios de filiação, estabelecendo processos robustos de verificação de documentos, compliance e governança, e também mecanismos de reavaliação periódica e continuidade das entidades já afiliadas, evitando conivência com estruturas fictícias ou oportunistas. A negligência nesse papel perpetua o amadorismo, corrói a credibilidade do setor e compromete a formação de gerações inteiras.

Para garantir o crescimento sustentável dos esports como um ecossistema saudável e credível, é imperativo rejeitar essas estruturas e manter como pilares inegociáveis a ética profissional, legitimidade institucional, segurança psicológica e o respeito ao atleta e à comunidade.

 

 

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